sábado, 8 de outubro de 2016

Perdida





Título original: Perdida - Um amor que ultrapassa as barreiras do tempo
Autora: Carina Rissi
Editora: Verus
Ano: 2013

Uma deliciosa viagem no tempo...


     Esse é um daqueles doces romances de fazer sonhar. E olha só, brasileríssimo! Um daqueles contos que a gente se pergunta: "e se...?". E se o amor da nossa vida tivesse nascido em outro século? E se tivéssemos a chance de voltar no tempo e conhecê-lo? E se depois de conhecê-lo, pudéssemos escolher: voltar para a nossa vida atual ou viver longe de tudo o que conhecemos para ter a única pessoa que nos importa?
     Sofia Alonzo nasceu na década de 80 e, assim como nós, viveu cercada de tecnologias e na louca agitação da cidade. Perdeu seus pais em um acidente e sua única amiga, Nina, está prestes a se casar com um cara que Sofia acha um barco furado. Aliás, acha a instituição "casamento" uma grande furada.
"Não queria magoá-la e dizer que realmente achava uma péssima ideia, que toda essa baboseira de amor acaba assim que a rotina aparece. Que isso só servia para vender revistas e livros e que, na vida real, você sempre acabava sozinha com um buraco no lugar em que costumava ficar seu coração."
     Seu emprego está uma droga. Com um chefe autoritário que a fez beirar a loucura, Sofia não tem grandes perspectivas ou ambições para os dias que seguirão. Mas como tudo o que está ruim pode ficar pior, Sofia deixa seu inseparável celular cair na privada, obrigando-a a comprar um novo na primeira loja de eletrônicos que encontra. O que ela não esperava é que acabaria não adquirindo um telefone portátil, e sim uma verdadeira máquina do tempo.
     Sofia desperta no ano de 1830 e é socorrida pelo belíssimo cavaleiro (e cavalheiro) Ian Clarke, que não vê outra alternativa a não ser acolher a pobre senhorita que fora brutalmente atacada em sua casa até que se recupere. Sim, porque só um terrível ataque poderia deixar uma dama dizendo tantas incoerências e parcamente vestida com uma saia que só ia até os joelhos.
     Tudo o que Sofia deseja é poder voltar para sua vida maluca, mas que lhe fazia algum sentido. A atração entre a garota e seu protetor é inegável, mas ela sabe que não pode lhe dar nenhuma esperança, afinal, não haveria nenhum modo de ficarem juntos. Ou haveria?
"Eu tinha que voltar para casa para ficar sozinha, como sempre foi. Voltar para a vida vazia de sempre. Sem amor, mas sem dor."



PING-PONG:

Como o livro me achou: A verdade é que foi o terceiro livro da série, "Destinado", que me achou e me convidou com aquela capa linda (ou seria o rapaz da capa?) a conhecer mais de perto essa história. Me interessei, mas resolvi começar do começo. O livro "Perdida" em si não havia me chamado muito a atenção a princípio, mas ao entender a história acabei me envolvendo bem rápido.

Um pró: Uma escrita muito agradável e envolvente, daquelas de se ficar até 4 da manhã presa num mundo totalmente paralelo e distante (quase nada, só 2 séculos...). Não digo que seja tão inovador ou surpreendente, mas acho que atende muito bem às expectativas. Além disso, Sofia encontra na casa de Ian um exemplar da primeira edição de Orgulho e Preconceito! Dá pra não gostar de uma autora que pensa num negócio desse?

Um contra: Sou bem chata quando se trata da verossimilhança, e acho que essa história força um pouco a barra em alguns aspectos para atender aos desígnios que a autora pretendia. É o caso, por exemplo, da reação das pessoas em relação ao fato de se viajar no tempo. Se alguém nos conta algo parecido, creio que existam duas reações possíveis: incredulidade ou super interesse. E tem uma cena com uns quadros (nada de spoiler) que não deu pra engolir.

Um diferencial: Se por um lado alguns pontos da história não me pareceram muito coesos, por outro acho que esse é um dos livros em que os personagens principais me pareceram mais reais. Sabe aquele trecho que você pensa: nossa, eu resolveria esse problema desse jeito? Era o que acontecia na história. Achei muito humanos e palpáveis tanto a Sofia quando o Ian, personagens que não tem aquele ar surreal (temos que pensar que o Ian deus mitológico descrito foi pelos olhos de Sofia), nem fazem aquelas idiotices que a gente pensa: quem faz isso?

Um personagem: Pra provar que eu gostei dos personagens, vou escolher a própria Sofia. Sempre escrevo aqui que é difícil eu gostar das protagonistas, mas acho que é justamente pelo fato de parecerem tão irreais. Não concordo com o estilo de vida que ela levava (em nenhum dos séculos) nem com algumas de suas decisões, mas acho que ela sempre preservou a honestidade e soube amar com sinceridade.

Uma lição: Temos que usufruir da tecnologia e das facilidades que a modernidade nos trouxe, mas sem deixar de valorizar as pequenas coisas, a natureza, o trabalho e o tempo. 

Uma citação: 
"Fiquei tão confusa enquanto estava em seus braços, a sensação de conforto e proteção me inundou tão fortemente que, por um instante, pensei que já estivesse em casa."

É um livro de se fazer rir alto, de se emocionar (um pouco) e se fazer refletir. Uma leitura agradável sem grandes pretensões, vale a pena como uma grata viagem do tempo e como uma boa história de amor.

Impressões de Sofia sobre a "casinha" do século XIX
"Pensei um pouco sobre os buracos. Para que dois? Será um para líquidos e outro para sólidos? Ou seria para interação social? Você convida alguém para ir até a casinha e bate um papinho enquanto faz... a oferenda?" 

eu RECOMENDO!

4 comentários:

  1. Perdida é um livro apaixonante mesmo! Comecei a leitura de forma despretensiosa e quando fui ver já dava altas risadas e me emocionava com toda aquela ambientação. Sua resenha ficou maravilhosa, tão quanto o próprio livro! Infelizmente, tenho pouca curiosidade em ler a continuação, mas se você fizer isso, vou ficar feliz em ler a sua resenha!

    xx Carol
    http://caverna-literaria.blogspot.com.br/

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    1. Sim, Carol, livro divertidíssimo, um perigo ler à noite, quando se requer silêncio, hahaha
      Terminei esses dias de ler o segundo, e digo que, como sempre, o primeiro é melhor, mas dá pra matar mais um pouco a saudade que esses personagens nos deixam. Estou pra ler Destinado, vamos ver como vai ser!

      Fico feliz que tenha gostado, um beijo!!!

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  2. Quando li "Perdida" ainda era impresso pela editora Barauna, e poucas pessoas conheciam, eu li no máximo uma ou duas resenhas a respeito, então quando iniciei a leitura era um terreno completamente novo e não deu outra me apaixonei perdidamente, tanto que é um dos meus livros favoritos! Então fico bem triste que você não amou o livro como eu, completamente! hahaha
    Sobre a continuação, nunca será igual ao primeiro, mas vale a pena!
    Amei a resenha Fe!

    Beijos
    Dani Cruz
    blogemcomum.com.br
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    1. Ô, Dani, não fica triste comigo, não... rsrs Fiz um monte de elogios do livro, eu amei essa leitura (não é de praxe eu ficar lendo até quase amanhecer!). Eu também não li resenhas antes para não estragar a história, então foi bem despretensiosa mesmo. Estou ansiosa para ver a versão do Sr. Clarke no Destinado, até porque a versão da fofa da Elisa já está para ser lançada, então, simbora!

      Beijão, Dani!

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