domingo, 11 de maio de 2014

Como eu era antes de você



Um livro para, verdadeiramente, tocar o coração...



     Eu tenho uma porção de livros na frente deste na fila dos que separei para fazer resenha, aguardando já há tempos, mas terminei quase agora de ler este e aqui estou eu. Me desculpe, mas acho que, no momento, não conseguiria pensar em mais nenhum outro.
     Como eu era antes de você conta a história de Louisa Clark, uma moça de 26 anos que está absolutamente confortável - ou pelo menos pensa que está - com sua vida monótona. Sem grandes ambições na vida, a garota vive com sua família e trabalha como garçonete em uma cafeteria, acreditando ser essa a vida que pediu a Deus. Tudo muda, no entanto, quando, devido à concorrência de um grande negócio aos derredores, o proprietário da cafeteria é obrigado a fechar as portas e deixar Lou desempregada.
     É quando ela consegue um pouco concorrido emprego de cuidadora de um tetraplégico rico e mal-humorado, William Traynor. Devido às suas inúmeras limitações, o rapaz de 35 anos não parece ter muitos motivos para continuar a viver e, depois de uma tentativa quase bem sucedida de suicídio, firma um acordo com a família de que, se em seis meses não tentar novamente tirar a própria vida, será levado a um lugar onde a eutanásia é permitida e lá, dará fim ao seu sofrimento.
     Mas agora, com uma moça alegre e cheia de vida ao seu lado, parece haver uma esperança de que Will repense em seus planos suicidas e descubra que a vida ainda pode ter algo de bom a oferecer a ele.


PING-PONG

Como o livro me achou: Uma vez, eu quase cheguei a comprar o livro anterior de Jojo Moyes, A última carta de amor. O enredo de traição, porém, me fez desistir. Quando dei mais uma chance à autora, lendo esta trama tão interessante, com essa capa que, agora, vejo que tem tudo a ver com o livro, me arrisquei e não me arrependi.

Um pró: Um livro extremamente engraçado, mesmo com um enredo tão dramático. Algo muito semelhante À culpa é das estrelas. E quando eu digo engraçado, é porque ri alto várias vezes.

Um contra: Não gostei muito de como ficou a questão espiritual da história. Quero dizer, eu não tinha ilusões de que seria um livro de cunho religioso, entretanto, falar sobre vida e morte sem falar diretamente sobre Deus é como falar de uma obra sem falar do autor.

Um engano: Definitivamente, não é um livro superficial, como o verso do livro faz parecer. E não é um livro clássico do amor como temos visto. Se esta é uma história de amor, é de um amor muito mais profundo.

Uma decepção: O livro conseguiu não me deixar com nenhuma decepção, porque foi muito além das minhas expectativas, se fazendo passar por um livrinho de fim de tarde para se ler tomando chá, mas que, na verdade, seria um livro pra me deixar chorando no almoço do dia das mães.

Um diferencial: A invasão de alguns personagens na história, como quando contamos um fato e alguém continua a história. Um recurso muito legal.

Uma lição: 
"Lou: Não acha que é mais difícil para você... se adaptar, digamos assim... porque fez todas essas coisas? [Lou se referindo a Will se adaptar à vida de deficiente após ter vivido tantas experiências aventureiras ao redor do mundo]
Will: Esta perguntando se eu preferia não ter feito nada?
Lou: Estava pensando se não seria mais fácil para você. [...] Viver assim, como você vive agora, quero dizer.
Will: Jamais me arrependerei do que fiz. Porque, quase sempre, se você está enfiado numa cadeira assim, só pode ir aos lugares da lembrança." (p. 182)
Will mais de uma vez falou que temos uma vida só, e que devemos aproveitá-la, pois só a viveremos uma vez. E saber que poderemos ter só uma chance para fazer determinadas coisas faz a gente pensar em realmente aproveitar cada momento.

Um personagem: Engraçado, mas desta vez não consegui eleger nenhum personagem favorito. Cada personagem tinha uma personalidade que acabou me irritando de uma forma ou de outra em algum momento: o namorado panaca e a irmã egoísta de Lou, o pai traíra e a mãe manipuladora de Will. E, apesar de ter adorado Will e Lou, eles também foram delineados com tanta verossimilhança que não se pareceram com aqueles personagens admiráveis de livros. Vou dar um  crédito, então, para Nathan, o enfermeiro de Will, que me garantiu boas risadas.

Ri: As partes que eu realmente ri alto tinham um contexto, de modo que se eu escrever aqui só um trecho não vai ter graça nenhuma. Mas vou colocar uma frase menos engraçada aqui, apenas simbolicamente
" Na nossa rua, se você entra num carro de luxo significa que conquistou um jogador de futebol ou está sendo preso por policiais à paisana."

Chorei: 
"É só que o que não se pode compreender a respeito da maternidade, até que se tenha um filho, é que não é um adulto - o deselegante, barbado, fedorento, filho teimoso - que a mãe vê diante de si, com seus recibos de estacionamento, seus sapatos não engraxados e sua complicada vida sentimental. A mãe enxerga todas as pessoas que o filho já foi ao longo da vida reunidas em uma só." (p.101)
Essa é uma citação de Camilla Traynor, a mãe de Will, entristecida por seu querido e ambicioso filho ter se restringido àquele cadeirante.

Citação:
" Você me faz feliz, mesmo quando é horroroso. Prefiro estar com esse você que você deprecia do que com qualquer outra pessoa no mundo." [Lou a Will]

Por isso tudo, e ainda bem emocionada, recomento este livro para se ler com um coração preparado e também aberto. Ele vai fazer você pensar na questão da vida e da morte de uma outra forma, e reavaliar os seus conceitos com relação à vida ou à morte que temos direito.

 APROVADO!

25 comentários:

  1. Me emocionei! Eu amo dramas, os de filmes, os de livros... Ah vc me fez desejar esse livro! rs

    "Você me faz feliz, mesmo quando é horroroso. Prefiro estar com esse você que você deprecia do que com qualquer outra pessoa no mundo."

    Simplesmente lindo :)
    Parabéns pela resenha! Bjs

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    1. Obrigada Fran, esse trecho foi lindo mesmo, porque Will se desprezava pelo seu estado, e vem Lou dizendo que a imperfeição dele é melhor do que qualquer aparente perfeição exterior... Lindo!

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  2. Eu quero este livro demaais *----* Quero ver se é igual a uma situação recente a que eu tive ou não.Super curiosa,e agora vem você me falar que se surpreendeu U.u eu QUERO!Sem mais rsrs
    Parabéns pela resenha Fer e tudo de bom ao blog!Beijão

    http://cantinhodatitania.blogspot.com.br/

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    1. É mesmo uma surpresa, Lu, porque, no final, vc já não sabe mais pelo que está torcendo... rsrs
      Obrigada e muito sucesso pro seu blog também!

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  3. To precisando de um livro diferente mesmo, não tão superficial como os últimos que tenho lido... Tenho esse em PDF, mas nunca me atraiu muito, depois de ler a resenha quem sabe eu tomo vergonha na cara e leio, né? haha
    Parabéns pela tua resenha, muito bem escrita :D

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    1. Sté, esse livro gera um pouco de preconceito, sim, porque vc pensa: "Ah, aquela história clichê de pessoa deficiente depressiva que é "salva" pela mocinha ou mocinho e todos vivem felizes, ou então morre e vc pergunta: pq eu fui ler uma coisa triste dessa?"
      Te garanto que não será essa a sensação.
      Leia sim, faz você pensar muito!

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  4. A sua resenha foi muito emocionante, Fernanda, dá vontade de sair para comprar o livro direto! Já tinha ouvido falar dele e ele está há muito tempo na minha wishlist, mas ainda não encontrei com ele assim por acaso em uma livraria :(
    Parabéns mesmo pela resenha!
    Beijos!

    www.bibliophiliarium.com

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    1. Puxa, obrigada Tici, fico feliz de estar incentivando com uma resenha às pessoas lerem esse livro tão brilhante! Espero que goste e que me diga depois o que achou (mande o link do seu blog se fizer =) )
      Beijo!!!

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  5. Não tenho medo de dizer que esse livro simplesmente foi o melhor que li em minha vida. Chorei como nunca chorei na vida, chorei como se tivesse perdido alguem de verdade. Simplesmente a lição que o livro me passou foi extraordinária, apesar que fico feliz por não ter havido tanta citação de Deus no livro. É claro que o livro não é religioso, e simplesmente fiquei satisfeita com isso. Otimaa resenha ,
    Beijos,
    http://miiheomundoliterario.blogspot.com.br/

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    1. Ya, pra falar a verdade, dramas não são meus favoritos. Prefiro um bom romance com aventura. Mas sou da opinião que um livro é bom se cumpre o seu objetivo, seja ele qual for: se for cômico, se for dramático, se for romântico. E se esse livro é aquele tipo de livro pra se pensar na vida, ele acertou em cheio!
      Bem, eu preferia que fosse mencionado Deus sim, pois se Ele não é um motivo suficiente para se continuar a viver nessa ou em qualquer situação, não consigo pensar então no que seria.
      Mas obrigada pelo comentário e pela opinião!!

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    1. Que bom, Gah, espero que tenha a oportunidade de ler!
      Beijo!

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  7. O livro parece ser muito bom, está na minha lista de compras há tempos e uma amiga minha ja falou muito bem dele!
    Beijos, Tabatha
    http://aproveiteolivro.blogspot.com.br/

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    1. hahaha pelo jeito esse livro está na estante de muita gente, mas está tendo relutância para ir parar nas mãos de um leitor!
      Entendo bem, Tabatha, como escrevi na resenha, por não ter gostado muito da contra capa da Última carta de amor, também demorei muito pra comprar esse...
      Mas, espero que compre e, como o seu blog, vc "aproveite o livro"!

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  8. Amei dms sua resenha!!!
    Agora fiquei com mais vontade de lê-lo!!!!!! =D *-*

    Bjs,
    http://contos-de-duas-doidas.blogspot.com.br/

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    1. Que bom, Ana! Espero que goste tanto da leitura quanto eu!
      Beijo!!

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  9. A resenha está muito boa. Não costumo ler livros que tenham muito romance ou muitas questões espirituais ou de superação, sou mais do gênero ficção e policial. Mas esse seria um livro que eu me arriscaria a ler. :)

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    1. Naty, a verdade é que esse livro não é de romance, propriamente dito, e não tem nenhuma questão espiritual. É, de certa forma, um drama e, sim, tem essa questão da superação (ou tentativa de superação), mas se vc se arriscar, tenho certeza de que não irá se arrepender!
      Obrigada pela visita!

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  10. Gostei muito da resenha! E adorei a parte do "ping pong", achei super original. Muito legal a ideia! Me deixou com muita vontade de ler o livro um dia :)
    Beijo!

    http://livroscomchadastres.blogspot.com.br

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    1. Que bom, Gabi! Adorei sua visita!
      O ideia do Ping-pong foi, na verdade, de uma entrevista com autor que eu li (Julia Quinn, para ser mais exata), e achei legal fazer com os livros.
      Beijão!!

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  11. Ouvi coisa boas sobre o livro, porém ainda não tive vontade de ler. Até baixei pra tentar começar.. + To enrolado com alguns livros em atraso, mas vou dar uma oportunidade a ele.. ;) e gostei do blog..

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    1. Esse livro tem sido bem vendido, mas acho que não é o tipo de livro que convence o leitor à primeira vista, porque não dá muitas pistas sobre o que acontecerá. Mas espero que tenha a oportunidade de lê-lo, sim.
      Obrigada pela visita!

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  12. Sua resenha ficou ótima e me deixou mais curiosa sobre esse livro haha'
    Passa lá pelo blog também!

    Bjs,

    http://folhasnumeradas.blogspot.com/

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    1. Que legal, Erica!
      Passo sim, quando tiver novidade no seu blog, me manda o link pelo skoob que eu comento!
      Beijos

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  13. Conheci seu blog agora, parabéns ele é demais! Já sobre Como eu era antes de você estou definitivamente ansiosa pela adaptação para poder sentir as mesmas coisas que eu senti quando eu estava lendo o livro!

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