terça-feira, 7 de março de 2017

A Rosa da Meia-Noite


Título: A rosa da meia-noite - Uma paixão para a vida toda. Uma procura sem fim.
Autora: Lucinda Riley
Editora: Novo Conceito
Ano: 2013


Quatro gerações, dois cenários e mil reviravoltas...


     Anahita Chavan é uma indiana de beleza exótica e com uma longa história de romance e perdas para contar. Em seu aniversário de cem anos, ela ainda tem esperanças de encontrar seu filho, Moh, roubado quando criança e tido como morto desde então. Ciente de que seu fim se aproxima, mas não querendo que as buscas por seu amado Moh terminem, Anahita entrega ao bisneto, Ari Malik, um manuscrito contando toda a sua trajetória de vida, escrito para que Moh soubesse por tudo o que passou e que nunca deixou de amá-lo. Ari garante que irá atrás do paradeiro do tio-avô, mas se esquece da promessa tão logo vai embora. Até o dia em que sua devoção ao trabalho o faz perder a noiva, levando-o a dar um tempo em tudo e reconsiderar o rumo de sua vida.
"Tenho pensado muito, nos últimos anos, sobre o porquê de os jovens ficarem desconfortáveis na presença de velhos. [...] Cheguei à conclusão de que tal desconforto é proveniente do fato de que, na presença de nosso físico frágil, eles se conscientizam do que o futuro representa para eles. Eles podem enxergar, no brilho de seu pleno vigor e beleza, que também entrarão em declínio um dia. Eles não sabem o que irão adquirir." (Anahita - p. 13)
     Rebecca Bradley é uma famosa atriz americana que, no auge de sua carreira, é chamada para fazer um filme de época na agora decadente Astbury Hall, Inglaterra. O Lorde Anthony Astbury, obrigado a aceitar gravações em sua propriedade para ter meios de reformá-la, fica perturbado com a semelhança da atriz com sua avó,  Lady Violet. E como se isso não bastasse, é procurado por um indiano atrevido que quer remexer em um passado trágico para ter respostas sobre um parente distante. Rebecca está amando a solidão e a paz do lugar, mas as coisas que passa a descobrir junto com Ari sobre o passado dos Astbury pode revelar grandes perigos na pacata mansão.
"Mesmo Ari, observando de fora, não podia deixar de se sentir perturbado pela semelhança dela com Violet. Também havia certa vulnerabilidade inata em Rebecca, apesar de sua fama. Ele sentia que o destino o colocara em Astbury, como um peão inocente em um complexo jogo de xadrez." (p. 334)
     Alternando entre o passado e o presente, A Rosa da Meia-Noite traz à tona todo o mistério escondido e esquecido de Astbury Hall, desde a paixão proibida de Anahita e Donald Astbury, até a impetuosidade de uma mãe para manter o poder, destruindo todos ao redor com danos que atravessariam gerações. 
"Meu filho, desde então compreendo que, entre as mulheres, a inveja raramente é inspirada pela inteligência, posição no mundo ou por quantas joias se guarda em um cofre. Não. Quase sempre é a habilidade de uma mulher atrair um homem que gera ciúmes." (Anahita - p. 115)


PING-PONG:

Título e Capa: A flor "rosa da meia-noite" é uma iguaria de Astbury Hall que atravessou as gerações, unindo passado, presente e futuro. Algo, talvez, simbólico para representar a beleza e excentricidade das diferentes culturas. Não descobri com certeza quem é o casal da capa, mas acredito que sejam Anahita e  Donald, ao mesmo tempo que Rebecca nos trajes de Violet nas gravações.

Como o livro me achou: Esse eu ponho na conta da minha irmã, rs. Em uma viagem que ela fez, ela disse que bateu os olhos nesse livro e se lembrou de mim. Pela linda capa e por ser história de época (quem disse que eu gosto de história de época? imagina!), fotografou e me mandou para eu ver o que achava. Mesmo em mil palpites, eu não podia imaginar as reviravoltas que essa história daria.

Foi top: As surpresas que a história reserva, levando os acontecimentos para uma direção muito diferente do que se poderia imaginar. O livro tem um ritmo, à princípio, lento, mas o desenrolar imprevisível que ele assume é de tirar o fôlego.
"Nosso futuro não seria o conto de fadas com o qual sonhamos na infância, quando nos deitamos sobre a grama e fitamos as estrelas juntas; fomos tocadas pelo amor, e isso nos mudou de uma maneira que nunca poderíamos ter imaginado." (Anahita - p. 313)

Estragou: Não digo que chegou a estragar, mas justamente por ter uma forte ligação à cultura indiana, é uma história muito mística. Esse negócio de previsão do futuro, música que toca no ouvido quando alguém está para morrer, simbologias e rituais, sendo que a história não é uma fantasia (o que justificaria certos poderes, por exemplo). Não curti isso muito, não.

Só nesse livro: Você é jogado para 1911 e 2011 o tempo todo, estando totalmente envolvido nos dois cenários. É um pouco parecido com "A garota que você deixou para trás", mas com uma outra pegada. Em A rosa da meia-noite, você conhece a história de Anahita através de seu manuscrito e de outros achados, escritos por parte de Donald. 

Quem me conquistou: Talvez pelos muitos personagens com peso similar na história, eu não pude eleger um que tenha realmente me conquistado. Gostei bastante de Ari, apesar de ser o tipo de pessoa que só dar valor ao que tem quando perde. O Lorde Anthony também mexeu muito comigo, muito mesmo. Alguém que eu queria entrar na história para dar um abraço, fazer qualquer coisa para ajudá-lo.

Quem podia cair fora: Todos os personagens foram essenciais para o enredo, principalmente nesse tipo de história cujas ações podem ser vistas repercutindo mesmo depois de tanto tempo. Mas a vilã, Lady Maud Astbury, essa podia nunca existir em lugar nenhum de nenhuma história. Adoro vilões, mas essa, vou te contar.

O que o livro me ensinou: A ter princípios e a deixar claro os sentimentos. Apesar das ardilosas investidas da vilã, a principal culpada por seu destino trágico foi a própria mocinha.
"Donald suspirou. Ao salvar Astbury, sentia que sacrificava a si mesmo. Ainda assim, sabia que nada poderia ser feito para mudar as coisas. As rodas foram colocadas em movimento, e, como um trem desgovernado, tudo ganhou velocidade, até que eles fossem arremessados para frente." (p. 378)

É um livro bom, mas que levei mais de um mês para terminar. Acho que a história pede esse ritmo para poder dar vida a importância a cada personagem. Não transformou a minha vida, mas também não vai ser esquecido. Situações e personagens de dar nos nervos, pode esperar. E aquele desespero típico do leitor que quer entra na história e dizer: Não faça isso!.
Recomendo esse livro para aquela sua viagem longa (e feliz! porque haja coração pra esse drama), com a certeza de se levar um bom companheiro.






10 comentários:

  1. Oi Fernanda, esse livro que você citou é diferente de tudo que já li, mas parece bem interessante. Fiquei curiosa para saber porque você odiou tanto a vilã. Vou adicioná-lo a minha lista :3 Beijocas! Ahh tem post novo lá no blog e te convido a ir lá dar uma olhadinha. ♥

    Sorriso Jovem | SJ Oficial Fanpage

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    1. Olá, Hilda? É, ele tem um formato diferente mesmo, essa constante viagem no tempo, um recurso interessante para se contar uma história ao longo de quatro gerações.
      Menina, nem te conto o que há por trás dessa Lady... hahaha Ela simplesmente desgraçou a vida de todos os personagens que estiveram com ela. Mas você terá que ler mesmo para entender, principalmente o que ela fez com meu querido Anthony.

      Um beijão, vou conferir sua nova resenha!

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  2. Ai, tenho vários livros da autora na wishlist, mas até hoje não tive oportunidade de ler até hoje, mas esse não é um livro que leria dela, pelo que você disse de ser bem místico e não ser uma fantasia... isso me atrapalharia muito, mesmo que tenha bastante reviravoltas.
    Acho que quando der pra ler algo da autora, vou escolher outro título, haha.

    Virando Amor

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    1. É, Carol, talvez seja o caso de conhecer outro livro da autora... Eu ainda assim recomendei por causa da história em si, mas não entrou nos meus preferidos.
      Se você for se aventurar em outro romance da Lucinda, me chama que eu quero saber! hehee Quem sabe ela não nos conquista?

      Um abraço!!

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  3. Oie, Fernanda!

    Que história mais linda e ampla! Uma obra que correlaciona o passado com o presente, gerações diferentes de uma mesma família, e acima de tudo, o amor e luta de Anahita pelo seu filho perdido. Pela capa, eu jamais imaginaria que o livro tratava desses elementos mágicos. Parece ser muito bom! Nunca li nada da Lucinda, mas ouço muitos elogios a respeito de suas obras.

    xx Carol
    http://caverna-literaria.blogspot.com.br

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    1. Oi Carol! Sim, a diversidade cultural e esse elemento temporal deixaram a história muito rica. Esse foi o meu primeiro livro da Lucinda Riley, também tinha ouvido muito falar dela. Quase a encontrei pessoalmente na bienal do livro do ano passado!
      Espero que goste da história, e compartilhe outras obras dela caso venha a conhecê-las.

      Beijos!

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  4. Hey Fer!
    Que legal1
    Só tinha lido a luz atraves de janela e a casa das orquideas, já conhecia a capa mas jamais imaginaria que teria elementos indianos e misticos.. Que pena que a leitura se perde um pouco no ritmo, mas como voce disse, ela leva a gente para outros lugares, o uqe pode ser alg positivo, né? AH! Anahita te mum nome bem incomum hein? Mas gostei rsrs acho que leria
    ta de parabens com a resenha :D
    beijocas
    Pâm - www.interruptedreamer.com

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    1. Hey, Pâm!
      Estou para conhecer os outros romances da autora, só precisando de um pouco de incentivo. Verdade, a capa não dá indício algum do tema, só que tem algo a ver com um romance de época.
      Sim, essa "viagem" valeu à pena, sim! Se ler, espero que goste! Amei também o nome Anahita!!
      Obrigada pela visita, já está ficando de casa ;)

      Beijão!!!

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  5. Primeiro livro que você - mesmo com essa resenha maravilhosa - não vai me pegar hahaha... Não tenho uma relação boa com essa autora, li um livro dela e fiquei tão frustrada com esses personagens que não tenho mais vontade de ler nenhum livro dela. Achei os personagens mesquinhos e o protagonistas decepcionantes! Difícil quando isso acontece com o primeiro livro que você lê de um autor, você acaba tendo um certo preconceito.
    Mas a sua resenha é sempre fantastica, você sabe disso, se eu não tivesse lido nada dela eu certamente iria querer ler!
    Saudades Fe ♥


    Beijos
    Dani Cruz
    www.blogemcomum.com.br

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    1. Poxa, Dani, é assim? Vai fazer essa desfeita? Kkkkk
      Mas eu entendo, realmente a leitura não foi mesmo top, mas valeu a pena conhecer. Te pego na próxima, hehehe
      Saudades também, beijooo!

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