segunda-feira, 25 de março de 2019

Uma Voz ao vento



Título: Uma voz ao vento
Autora: Francine Rivers
Editora: Verus
Ano: 1993 (original)/ 2018 (Brasil)


Uma voz que nunca se calará em você...



     Mais um romance da minha querida e admirada Francine. Todos os livros dela são fantásticos!
     Uma voz ao vento inaugura a trilogia Marcas do Leão, e tem como personagem central a jovem judia Hadassa. Presa em Jerusalém após ter toda a sua família morta, é vendida em Roma como escrava para uma família de poderosos aristocratas. Décimo Valeriano é o patriarca e sofre de uma doença grave, em silêncio. Marcus e Júlia estão cada vez mais distantes do que o pai planejou para eles, em termos de caráter e preparação para o futuro. Marcus só pensa em acumular riquezas para gastá-la com seus prazeres, e Júlia, que pensa que o mundo todo está aos seus pés, segue os passos do irmão, a quem venera.
     É dessa família que a judia, também cristã, cuida com todo o zelo, amando de coração cada um de seus senhores, mesmo quando é tratada com crueldade por Júlia, ou com zombarias por Marcus.
     Ao mesmo tempo, um bravo líder tribal é também escravizado e levado a Roma. Atretes só quer se vingar pelo massacre de seu povo, mas a única chance de conseguir isso é servindo de entretenimento a eles como gladiador. Com a vitória, terá todos eles em suas mãos.
     Marcus se apaixona por Hadassa, que procura o bem de Júlia, que, entre muitas paixões, acaba entregando seu coração a Atretes. Atretes se engana com Júlia, que maltrata o mesmo tanto que necessita de Hadassa, que corresponde ao amor proibido de Marcus.
     Tudo o que Hadassa quer é servir ao Senhor. De todos, a escrava é a única que realmente é livre naquele lugar.


PING-PONG:

Título e Capa: a capa tem a escrava Hadassa e o coliseu de fundo. A voz ao vento é a voz do Senhor, que ecoa em todos os lugares, através de seus servos.

Como o livro me achou: sugestão da Amazon, que viu meu perfil de leitura e supôs, muito astutamente, que eu me interessaria por esse livro.

Foi Top: essa representação de amor altruísta que Hadassa demonstrou. Ela tinha tudo para ser revoltada, assim como Atretes, e usar qualquer oportunidade para se vingar dos seus donos, mas, ao contrário, é um amor cristão incondicional que ela os devota, um exemplo de como deveríamos ser como servos de Cristo.

"Muitas foram as vezes em que sua mãe dissera que, quando uma pessoa não servia ao Senhor, sem querer servia ao maligno." (p.16)

Não tão Top: que Hadassa aceite tudo por amor a Cristo, isto é louvável, mas levar bofetada do Marcus e continuar gostando dele, aí já é demais.

Só nesse livro: li sobre personagens judeus do primeiro século que se converteram ao cristianismo. Igreja primitiva: coisa mais inspiradora de se ler...

Quem me conquistou: apesar do seu momento "Maria da Penha de bom grado", Hadassa é uma personagem que realmente vai ficar na memória como exemplo de discípula obediente ao Senhor. Mesmo dando o melhor testemunho a respeito do amor de Cristo, ela se recriminava por não levar as boas novas aos seus senhores, o que certamente significaria a sua morte. Mas ela vence seus medos e se entrega a Deus, para que Ele a use para os seus bons propósitos. Ah, e Ele a usa...

Quem podia cair fora: nossa, a Calabah é a personagem mais asquerosa que conheci, e olha que costumo gostar de vilãs. Mulher suja, manipuladora, assassina, doente. Também não gosto de Júlia, que acha que ela é a criatura mais inteligente e admirável do mundo. Júlia é seguidora de Calabah, mas também é aconselhada por Hadassa, como se um anjo e um demônio estivessem ao seu lado para influenciar suas decisões.

O que o livro me ensinou: que devemos ser autênticos cristãos onde quer que estejamos, para quem quer que trabalhemos, em todo o tempo que tivermos. Que amar tem mais a ver com compaixão do que com afinidade. E que o Espírito de Deus nos fortalece no momento certo, para que façamos a vontade do Senhor, sem medo.

Este é um livro edificante, belo, realista, maduro. Ensina através do cotidiano, nos detalhes. Na minha modesta opinião, só faltou, para este livro ser perfeito, que Hadassa não correspondesse aos sentimentos de Marcus. Não é por ele ser politeísta, ou mulherengo, mas por tratá-la mal, como um objeto. Não que ela conhecesse outra vida, ou tivesse algo melhor para esperar para o futuro, mas essas coisas costumam minar os sentimentos amorosos, principalmente de os alguém com um coração tão sensível como o dela. Ou será que é justamente o contrário?

Respostas que só encontrarei no próximo volume. Aguardo ansiosamente!!!







Nenhum comentário:

Postar um comentário

Que tal debatermos sobre esse livro?
Deixe seu comentário!