segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Colega de Quarto


Título: Colega de quarto
Autor: Victor Bonini
Editora: Faro Editorial
Ano: 2015

Melhor suspense do ano... ou de todos?


     Eric Schatz é um riquinho mimado que mora sozinho em um prédio de luxo em SP e acha que está enlouquecendo. Ele acredita que tem um colega de quarto fantasma morando com ele. Ou, então, que está sendo alvo de uma brincadeira de péssimo gosto. Ouve barulhos de descarga durante a noite, o micro-ondas liga sozinho, e encotra pela casa objetos pessoais que não lhe pertencem.
     Desesperado por desmistificar esse mistério, ele procura o detetive particular Conrado Bardelli, mas sua arrogância acaba por conseguir, ao invés da solução, a antipatia do detetive.
     No dia seguinte, o rapaz cai do 15º andar do prédio, culminando em uma morte trágica... e misteriosa.
     A polícia quer encerrar o caso como suicídio, mas Conrado acredita se tratar de algo totalmente diferente. E, entre porteiros, vizinhos, síndicos, amigos e familiares, o detetive busca incansavelmente quem acredita ser o assassino de Eric.



PING-PONG

Título e Capa: Toda a história gira em torno de um possível colega de quarto de Eric. O que se descobre, no entanto, e o que torna esse livro sensacional, vai muito além desse mistério. A capa é fantástica, toda em preto, com um garoto (Eric?) olhando pela janela em que irá cair. Algumas folhas do miolo também são pretas, o que confere ao livro algo bastante moderno e um pouco macabro.

Como o livro me achou: Em uma feira de livro no Shopping, o tema me chamou bastante a atenção. Fiquei com um pouco de receio de levar, por não conhecer o autor. Ou por achar não conhecer. Grata surpresa foi descobrir depois que Victor Bonini é aquele repórter do SPTV, que passa com o Tralli! Aí tive a certeza de que a história seria ótima.

Foi Top: A caracterização realista dos personagens. Todos têm uma personalidade marcante, o que tornou a leitura muito fluida e cativante.

Não tão Top: Esse é o tipo de livro que exige bastante atenção, porque realmente cada detalhe conta. Mas acho que, tentando esconder o mistério, o autor acabou forçando um pouco depois as conclusões. Foi muito bom e coerente o final, mas acho que o detetive acabou contando mais com a sorte do que com a intuição para resolver o mistério.

Só nesse livro: Gosto de livros policiais, mas eles não costumam estar no meu hanking. Uma porque sempre prefiro os romances, e outra porque esses livros começam a ficar um pouco repetitivos com o tempo. Colega de Quarto, no entanto, foi diferente, porque é um livro mais extenso, que tem a oportunidade de se aprofundar mais em cada personagem. Trabalhando o psicológico deles, você consegue criar mais empatia, trazer mais verdade e ansiar ainda mais por respostas, com motivos para defender e acusar todo o mundo.

Quem me conquistou: Os personagens são fantásticos, muito palpáveis, mas tenho que dar o crédito para o detetive Conrado. Não só pela sua perspicácia, que é comum aos da sua profissão, mas pela sua sensibilidade. Apesar de fazer parte do seu trabalho, ele percebe as questões pessoais, psicológicas das pessoas, o que as levam a pensar e agir de determinada maneira. Além de ser um perfeito gentleman.

Quem podia cair fora: A mãe do Eric, Miranda Schatz, é o tipo de pessoa que você sabe que existe, mas torce para nunca topar na vida. Se Eric já era arrogante, ela é a arrogância em pessoa. Sua ganância por poder e dinheiro supera qualquer outro sentimento. Que as Mirandas da vida real passem bem longe de nós!

O que o livro me ensinou: Que a vida é uma surpresa, e que não devemos esperar para dizer coisas importantes. Nunca se sabe se teremos outra oportunidade.

Achei um livro fantástico dentro da categoria, muito envolvente, linguagem fácil, reflexões sérias e personagens marcantes. Esse é um que indicarei para quem for muito fã do gênero, e para pessoas que, como eu, gostam de se aventurar num suspense vez ou outra.


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